A Noiva

Vhokol - um conto de Olivinho Gomes traduzido por Óscar de Noronha - A Noiva

As férias judiciais atrasam os trâmites dos processos. Igualmente, o tabelião da comarca fica atarefado com montes de escrituras e doações, a distribuição das diligências e a sua devida passagem para o papel na forma legal deixa o pessoal muito atarefado.

Os tribunais haviam reaberto apenas na véspera. E numa cidade como Margão, onde o meu cartório era o único, estava eu ocupadíssimo, como sempre, quando se deu o incidente que ora vou contar.

Devia ser por volta do meio-dia e meio. Logo em frente ao meu cartório parava um carro do qual saía um cavalheiro jovem e janota. Veio pressuroso até a minha porta e pediu-me licença para falar. Notando esse quê de urgência, disse-lhe que entrasse.

Tendo ouvido tudo o que me contou, vi-me obrigado a interromper o trabalho e acompanhá-lo. Em poucos minutos, contou-me a história de uma senhora, que disse ser sua prima direita. Vivia enclausurada em casa e ora desejava lavrar a declaração da sua última vontade. Como não regulava bem, era necessário cumprir de imediato o seu desejo, de contrário enfurecia-se e era capaz de tudo. Queria ela que eu viesse urgentemente à sua casa.

Fui com Caetano, de carro. A casa situava-se num bairro interior da aldeia da Raia. Levou-nos meia hora a percorrer esse caminho, de voltas e reviravoltas, para chegar ao destino.

Como é que descrevo essa habitação? Não era uma simples casa; era um palacete. Sabe Deus de que século! E parece nunca ter sido tratada. Estava bem nos tempos passados uma construção embrenhada no meio de árvores de teca. Ora, via-se pedaços do reboco de cal caídos no chão, que deixavam expostas as pedras vermelhas. O resto da casa estava às escuras, parecendo prestes a ruir.

Subimos a escadaria meia quebrada e com limos. Caetano gritou por alguém. Apareceu então uma empregada, que trazia na mão uma vela acesa. Com as janelas todas fechadas, era escuro o interior do casarão. Eu, levando a pasta na mão, e com o mínimo de falas, fui pela casa adentro, junto com Caetano, à luz dessa vela.

Caetano arredou a cortina dum compartimento, que não era muito grande; deu-me para passar aí uma rápida vista de olhos. Quando me dei conta da situação, caiu-me o coração aos pés. Nessa casa, toda fechada, ficavam acesas o dia inteiro as velas dos candelabros da parede. Sobre uma mesa lá no canto estavam colocadas umas coisinhas. Aqui e acolá, estavam dispersos frascos de perfume, ganchos de cabelo, pentes, toalhas, lenços, espelhos... e numa cadeira encontrava-se sentada uma senhora, que fitava, murcha, e vestida de branco. Era o traje do seu noivado, que com o tempo se tornara amarelado, desbotado, manchado. Tinha aliás, o seu rosto, crestado pelas rugas, empoado. Calculo que ela não devia passar dos quarenta e tal anos. À sua volta, as aves haviam construído ninhos cobertos com as suas penas.

Apesar de ter entrado no quarto com Caetano, em bicos dos pés, os meus passos causaram-lhe sobressalto. Os seus olhos arredondados, sempre a fitar, mediram-me. Embora parecesse aliviada com a minha chegada, abriu ainda mais os olhos e, de súbito, soltou uma gargalhada danada, e gritou:

- Ha... ha… ha… lá vem o meu noivo. É esse mesmo, esse mesmo. É com ele que me vou casar. Vem ao pé de mim, meu senhor, meu amor. Estou à tua espera, ha… ha… ha...

Cobri-me de suor frio ao ouvir esse riso louco que me eriçou o pelo. Fiquei de alerta. A minha longa experiência de advogado e tabelião público não permitiria que me deixasse levar pela emoção. Ainda assim, senti-me um tanto atrapalhado e com a língua presa.

Procurei acalmar-me, e depois de me recompor, interpus as mãos dela nas minhas, e disse, carinhosamente:

- Não se preocupe, D. Rosa, sou o notário Armando Gomes da Costa. Diga-me, por favor, o que pretende; não se atrapalhe…

Mal ouviu essas palavras, mudou de semblante. Corou, e já não parecendo a mesma, segredou a sua vontade: a de passar as suas propriedades para o nome de Caetano, seu primo direito. Nada disse sobre o porquê e como. Autorizou-me a consultar Caetano. E disse terminantemente que queria que eu lavrasse aí e agora o seu testamento…

Ainda bem. Estava morto por sair da sua presença. E fi-lo juntamente com Caetano.

Sentámo-nos num quarto lá dentro. Na verdade, todos os compartimentos eram lúgubres, porém, este era melhor do que os outros, pois tinha pelo menos uma janela aberta. Logo que nos sentámos, a empregada serviu-nos o almoço e a seguir Caetano contou-me a história da sua prima Rosa.

Rosa Esmeralda das Dores da Silva, filha única, foi alvo do carinho e amor dos seus pais. Era bem-parecida, prendada, inteligente e afectuosa. Aos dezasseis anos de idade, passou no exame de acesso à universidade, seguindo depois para Bombaim para prosseguir os estudos superiores, pois, na altura, não havia colégios universitários em Goa. Era então uma moça que dava nas vistas; não havia rapaz que não se sentisse atraído por ela. Por outro lado, ela não caía por todo e qualquer, nem era de dar muita confiança.

Em Bombaim, matriculou-se no National College, de Bandrá, e fixou moradia na casa de algum conhecido. Em pouco tempo circulava o seu nome pela boca do povo. Era a primeira aluna da turma; como dançarina, não havia igual; e na beleza, era deslumbrante. Muito moço havia estalado os lábios. Como regra, escrevia para casa pelo menos quinzenalmente.

Sucedeu que, após uns sete ou oito meses, uma carta sua entristeceu os pais. Estes, porém, não tinham a coragem de contrariar a filha. Eis o que Rosa lhes escreveu: que viera a conhecer um simpático moço com quem andava enamorada. O rapaz era oriundo do norte da Índia, provavelmente, do Punjabe. As cartas dos seis meses que se seguiram só contavam maravilhas do rapaz: dos bailes a que assistiram, das praias balneares que frequentaram, dos filmes que viram; ao mesmo tempo que pedia novas remessas de dinheiro.

Passado algum tempo, chegava uma carta ainda mais triste. O rapaz, deixando o colégio e a cidade de Bombaim, regressara à sua terra natal, sem a Rosa saber a quantas andava. Numa palavra: ele a havia deixado. Correu ainda que Rosa pretendera suicidar, tendo alguém impedido de o fazer. Foi quando o pai foi buscar a filha de Bombai, e ela passou o ano inteiro em casa. Era manifesta a mudança que sofrera: já não tinha a antiga alegria de viver. Até parecia cansada da vida!

Apesar disso, daí a tempos, com renovado entusiasmo, regressou a Bombaim. Criou novas amizades. Aliás, era esse o seu intuito: travar novas relações, que, na verdade, teve com vários. Parecia-lhe de todo impossível deixar a vida da paródia, a que estava já habituada. Uma vez adquirido um hábito, sobretudo mau, ele torna-se um vício. Mas no meio de toda essa vida desregrada nunca teve sequer um cheirinho da felicidade, pela qual estava sequiosa depois do malogro do seu primeiro amor. Há rapazes que estimulam as emoções femininas, aproveitam-se delas, para no fim as deixar desapontadas. Ser vítima de semelhante infortúnio é o flagelo da moça. Por outro lado, quanto mais ela se defende de tais ciladas, mais cresce a estima e a consideração das pessoas. Mas, no verdor da juventude, poucos se apercebem disso, como também não conseguem discernir entre a paródia ingénua e a maliciosa.

Não deixei que continuasse o sermão.

- Tudo o que diz é pura verdade, senhor Caetano. Mas a mim interessam só os pontos essenciais, ou seja, os passos principais da vida dela. Conte-me só isso, pois quero avançar o testamento. Se não, ela lança-se contra mim…

- Peço desculpa, senhor doutor! Como dizia… é verdade.... – continuou Caetano, retomando o fio da história:

- À Rosa apetecia lançar o barco da vida no alto-mar, sem vela, nem remos, nem leme, ao mesmo tempo que, no meio das águas tumultuosas, procurava ancorar nalgum porto. Por fim, com vista num moço, escreveu a dizer: este é o meu noivo de certeza. Correu que era de Mapuçá; rapaz bem posto, de boas famílias.

O rapaz veio até a Raia para se apresentar aos pais de Rosa. Saiu aprovado. Foi marcado o casamento para daí a um ano, a 15 de janeiro de 1943.

Rosa regressou de Bombaim um mês antes do casamento, tendo completado o bacharelato em letras. Sentia-se tranquila, esperando passar alegremente o resto da vida na companhia do marido. Seria uma vida despreocupada, pois a riqueza da família lhes bastava para mais duas gerações. Importava-lhe apenas deixar o passado e pôr os olhos na construção do futuro. O noivo estava em Bombaim; e, em Goa, talhavam-se as roupas de casamento. Entretanto, o noivo anunciou por carta que chegaria no dia 13, o que deu lugar a dias de grande alegria para todos.

Quando viram que estava iminente o casamento da amimada filha única do batecar, também os manducares do prédio rural deram início a festejos. As suas vojem, dennem e denngui – consoadas – encheram a casa do proprietário. Como o pai da noiva já não pertencia aos vivos, os manducares mais velhos tomaram sobre si os arranjos do casamento, o que facilitou bastante a vida da bhattkan.

Quando o noivo veio à Raia, todo o prédio se encheu de contentamento. Encontrou-se com a noiva, com que acertou tudo: daí a dois dias iam-se casar, sendo a missa às dez da manhã, na igreja da Raia. Assente isso, declarou que seguia a Mapuçá.

Continuaram os preparativos pela noite fora. A manhã do casamento raiou no meio de alegre bulício. Minha prima direita, ora uma bela recatada, que vestira com grande ânimo o seu traje de noiva, estava já pronta. Que linda que ela parecia no seu vestido, bem-talhado e engomado, branco como a neve! Era o seu dia de maior júbilo. E chegou a hora da saída…

Ora, devia faltar um quarto para as dez. Aparecia o carteiro com um telegrama que tomámos como de felicitações. Era para a Rosa. Fui eu a abri-lo e logo ela o arrancou da minha mão. Mal o leu, de acabrunhada pôs-se a dar socos no peito e a chorar aos brados. Estava estonteada; revirou os olhos; começou a tremer; desmaiou, e antes que a segurássemos, caiu ao chão.

O telegrama dizia o seguinte: “Não posso vir ao casamento. Esqueça-me.” O remetente: Eduardo (nome do noivo). Trazia o endereço de Bombaim. E que remédio, se uma traição dessas estava reservada à minha prima direita!

Quando voltou ao siso, Rosa não pôde mostrar a sua linda cara. Estava fora de si. Desde então tem estado encerrada nesse quarto fechado, com a mente também fechada. Mesmo assim, não perdeu a esperança que tinha no seu noivo. Todo e sempre, vestida de mulher prometida em casamento, tem estado à sua espera. Até hoje. Toma banho em dias alternados e traja o mesmo vestido de noiva, e, toda empoada, fica aí sentada a essa mesa e a aguardar a chegada do noivo. De facto, está fora de si. Às vezes, num ímpeto, levanta-se e põe-se a andar; brama ou guincha, fala em voz alta, ou à toa. Só Deus sabe que pensamentos a atormentam! Desse noivo cruel, porém, nunca mais se soube o paradeiro. No meio dessa chocante marcha de eventos, morreu-lhe a mãe, ficando Rosa sozinha, a chorar as mágoas da vida. Dêmos graças a Deus que ela não tenha suicidado, embora a vida lhe tenha sido um lento suicídio.

Com essas palavras, terminava Caetano essa história dramática, que me golpeou o coração. O desgosto da Rosa tornou-se meu também. Ninguém sabe o que pode resultar das nossas acções e quão amargo pode ser o fruto: só de pensar nisso quase que me ia passar despercebida a diligência que ali me havia levado.

Não lhe consegui lançar novamente um olhar. Estava eu a verter lágrimas. Que rapariga modelar, educada num ambiente de alegria, e que ora se encontrava nesse infeliz emaranhado da vida! Haviam-se passado anos e ela envelhecera prematuramente. Não se podia prever a hora em que apagaria essa vela mortiça, deixando a casa às escuras. Por isso, almejava ela reavivar essa vela, o que tornava urgente esse testamento.

Lavrei rapidamente o testamento e com gentileza obtivemos a sua assinatura. E travando a catadupa de lágrimas, com um coração pesado e a mente reflectindo sobre as malhas da vida, saí do sítio o mais depressa possível. Ficou, porém, comigo a imagem triste dessa eterna noiva que nos tempos que já lá vão foi tão bela: ela destroça-me o coração e me persegue eternamente.

Notas Biográficas 

Olivinho Gomes (1943-2009) foi concanista de renome, alto funcionário público, e, mais tarde, professor catedrático de concani, na Universidade de Goa. Autor de mais de 40 livros, poeta, contista e tradutor, verteu a Mensagem de Fernando Pessoa e Os Lusíadas de Luís de Camões para a língua concani, respectivamente, sob os títulos de Sondex e Lusiyatonn.

Traduzido do concani e publicado na Revista da Casa de Goa, Serie II, No. 20, Jan-Fev de 2023


Um punhado de terra

 

(Um conto de Jess Fernandes, traduzido do concani por Óscar de Noronha)

História que se passou anteontem à tarde. Veio visitar-me um amigo muito íntimo: Cirilo! Deixara Goa há muitos anos, passando a viver no estrangeiro, onde casou e fez a vida. Como diz o ditado, estamos aí onde nos enchemos a papinha!

O rapaz era muito bem instruído. Pretendia trabalhar na sua terra, fazendo algo com as suas próprias mãos. Mas aqui nunca lhe apreciaram os préstimos. Pelo contrário, foi esmagado tal qual uma mosca que pousa sobre a mesa.

Quando partia para o estrangeiro, choraram muito os seus pais. Era seu único filho e queriam-no sempre consigo, diante dos seus olhos.

Depois de o filho partir, o pai, cismando em como o havia educado e a razão pela qual ele fora embora, fechou os olhos. Os seus últimos sacramentos administrei-lhos eu, José, como se tratasse de meu pai.

Cirilo voltou após uns anos de ausência. A mãe não podia conter a sua alegria. E viera com muito dinheiro.

Pascu, pai do Cirilo, fora manducar[i]. O terreno à volta da casa, o qual não pudera comprar, comprou-o Cirilo, com o suor do seu rosto. Consertou a casa; e a várzea que a mãe cultivava comprou-a ao mesmo proprietário, além dum pequeno valado que lhe pertencia: fê-lo porque a esse prédio de dois mil e quinhentos metros quadrados estavam ligadas muitas das nossas memórias. Ficávamos aí a brincar, fazendo armadilhas para apanhar passarinhos; e pescávamos no riacho que corria aí perto. Era aí que resolvíamos os nossos grandes e pequenos problemas, partilhando as nossas dores e alegrias. Lá no valado não medravam grandes árvores frutíferas, excepto as seis de mirabolão[ii]. As suas nozes, nunca as colheu o proprietário: comiam-nas os transeuntes. Por isso, fora baptizado de ‘valado dos transeuntes’.

Na verdade, estava eu de olho nesse valado. E disso sabia bem o Cirilo. Por isso, antes de falar ao proprietário, consultou-me sobre o assunto. Mas eu reflectidamente disse que não, pois a bagatela que ganhava mal dava para fazer face às despesas. E que ocupação a minha! A de simples amanuense. Também meu pai o era, sob o regime português em Goa; e após a sua morte consegui esse lugar, para o qual o regedor da aldeia, grande amigo do meu pai, propusera o meu nome ao Governo.

A mãe de Cirilo fez-se dona da várzea e do valado, porém, poucos anos viveu a desfrutar desse papel. Um certo dia, partiu para onde estava o seu marido na eternidade, e deixando sozinho o filho Cirilo.

Após a morte da mãe e até o momento em que Cirilo continuou em Goa, a minha mãe tratou-lhe como filho. E este, quando estava prestes a partir para o estrangeiro, abraçou a minha mãe, e, muito comovido, disse: ‘Mãe, como é que lhe vou pagar todos esses favores? Se o José tivesse uma irmã, far-me-ia seu cunhado. Mas também ele, coitado, é filho único, tal como eu!’

Aquele desabafo tendo cortado o coração à minha mãe, também chorou amargamente. Puxou-lhe para o seu peito e, afagando a sua face, disse: ‘Porque querias ser seu cunhado, meu filho? Tu és irmão dele e meu filho mais novo, querido!’

Nós os três passámos uns momentos a fitar um ao outro e debulhámo-nos em pranto.

Antes de partir, o Cirilo confiou a sua várzea a um vizinho e a casa a um primo afastado, a quem pediu que arranjasse inquilino. Aliás, o Cirilo tencionava entregar tudo isso à minha mãe, porém, dada a distância de meia hora que separavam as nossas casas, reconheceu que isso não nos seria possível. Tínhamos uma única várzea e um só prédio ligado à casa. Para além de cuidar dos nossos bens, a minha mãe não tinha possibilidades de zelar pelos interesses do Cirilo.

Algum tempo depois de Cirilo ter saído Goa, a família do seu parente passou para essa casa. Escrevi a esse respeito ao Cirilo; e o parente fez o mesmo. Só de pensar que o seu primo iria olhar bem da casa, pois gastara oitenta mil rupias nas benfeitorias, encheu de satisfação o coração de Cirilo.

Esta história passou-se há quinze, ou mais, anos. Entretanto, Cirilo deu uma saltada até Goa e, sem pretensões, acabou por casar com uma prima direita minha. Um dia, disse a brincar à minha mãe: ‘Mãe, olhe que ganhei! Não só sou teu filho; até me casei com a filha da tua irmã. Portanto, tanto sou teu filho como teu genro.’[iii]

Nem sentimos que haviam passado esses dias de grande alegria. Terminadas as férias de dois meses, Cirilo seguiu para o estrangeiro.

Passaram mais uns anos. Nasceram-lhe aí um rapaz e uma rapariga. Era amorosa a sua vida de família e corria-lhe tudo muito bem.

No mês de Natal, e no dia em que o céu azul de Goa viu, orgulhosamente, nascer o sol da liberdade, o seu coração pulou de alegria. Cirilo reuniu os goeses da diáspora e dedicou-lhes uma festa.

Pensou que Goa e os goeses veriam melhores dias. De quinze em quinze dias escrevia-me a pedir informações sobre como andavam as coisas em Goa, onde não tinha outros interesses senão a sua quinta, a sua várzea e a minha pessoa.

Um dia, foram promulgadas em Goa as leis do inquilinato e do mundcarato[iv], as quais mudaram de todo o modo da vida goês. De uma pancada, reduziram os pequenos proprietários a mendigos de rua; e aqueles que o senhorio havia abrigado no seu prédio tornaram-se donos deste. O caso do latifundiário é outro cantar: Deus sabe como eles adquiriram esses prédios rústicos de grande extensão! Mas lá porque foi incorrecto um indivíduo não justifica que seja punida toda a sua classe.

Lembro-me do que se passou no dia em que apareceram as tais leis. Os meus dois manducares colheram os cocos do palmeiral e venderam-nos sem minha licença. E depois de gozar bem das lanhas, espalharam as suas cascas por todo o lado. Quando lhes arguí, os homens teceram uma filosofia, citando as novas leis, como falsos proprietários de palmo e meio. Depois de me queixar contra eles à polícia, foram manietados. Estiveram presos por quatro dias; foi-lhe sacudido o pó dos seus costados, e foram libertados: esta é outra história!

Logo que Cirilo teve conhecimento da nova legislação, regressou a Goa! Mas deixou-se cativar com umas historietas tanto pelo cultivador da várzea como pelo ocupante da sua casa.

Um dia, quando passei pelo escritório dum primo, apercebi-me das trafulhices do parente de Cirilo. Longe dele, um empregado dessa repartição contou-me umas anedotas. Informei o Cirilo e fiquei a aguardar a sua chegada.

Entretanto, tive de me deslocar de serviço até Delhi, onde demorei um mês e meio. Nesse interregno ouvi dizer que o parente consertara a casa. Quando a visitei após o meu retorno, notei que o homem, gastando rios de dinheiro, transformara a casa por completo. Explicou-me o parente que, como nunca havia pago renda ao Cirilo, empregara esse mesmo dinheiro nas benfeitorias.

Mesmo que com essas palavras parecesse decidido a levar tudo, fiquei com certas dúvidas. Dei um relato completo ao Cirilo, urgindo com ele que voltasse logo a Goa.

Cirilo chegou precisamente no dia em que estávamos, eu e a minha família, na vila de Mapuçá, a assistir a cerimónia do crisma do meu afilhado. Com umas poucas peças de roupa na maleta, saiu a dizer, ‘Vou a Pangim e volto amanhã.’ Quando voltámos à tardinha, tivemos notícias sobre Cirilo. Aguardei a sua chegada, até às 10 horas da noite. Ontem da manhã não fui ao serviço; também a minha mulher decidiu, de repente, ficar em casa, de licença.

Ontem, mais ou menos a um quarto para as seis da tarde, chegou Cirilo à nossa casa. Estava completamente fora de si. Olhando para o seu traje e o seu rosto apercebi-me de muita coisa, pois notei-o a lacrimar. E logo que me viu, derramou lágrimas abundantes. Sem dizer patavina, abraçou-me forte e chorámos os dois. Não foi preciso que me dissesse coisa alguma por palavras.

Depois de um grande silêncio, falou. Abriu o seu coração, ficando patente a agitação lá dentro de si: o cultivador da sua várzea tornara-se proprietário! Segundo as novas leis estatais, tinham sido marcados os preços por metro quadrado. Foi uma ninharia o preço que o prédio rústico obteve. Se o pagamento fosse feito de uma só vez, eram trinta e cinco poiçás por metro quadrado; quem o fizesse em prestações, pagava sessenta poiçás por metro quadrado. Ora, não era habitual achar nem sardinha nem arenque por trinta e cinco ou sessenta poiçás; porém, o manducar cultivador acha terreno, ou pelo menos a forma de pagar em prestações.

Uns anos antes, Cirilo comprara a mesma várzea por uma rupia o metro quadrado e depois de todos esses anos, qual o preço que cobrou? Receberia pelo menos os juros correspondentes ao dinheiro despendido? Hoje em dia, um agricultor possui ainda sete, ou até oito, várzeas; segundo a lei do mundcarato, a várzea do senhor passou para o manducar. A bem falar, o agricultor devia ter direito a certa várzea ou a uma só várzea, e ainda essa pertencente ao senhor com muitas várzeas.

Esse primo tornou-se dono da casa e prédio do Cirilo, tendo já registado os mesmos em seu nome, na Repartição de Agrimensura. Assim, o Cirilo ficou proibido de entrar na sua própria casa, que comprara com tanto esforço! Mal soube da vinda de Cirilo a Goa, o primo contractou uns brigões e capangas e postou-os à porta da casa. Cirilo sentiu-se ameaçado. O primo e um dos maltrapilhos haviam registado o valado dos transeuntes em seu nome. Promulgado o registo na agrimensura, o primo tornou-se dono, ficando claro que a papelada que havia enviado ao Cirilo era forjada. Daqui em diante, para conseguir algo, seria preciso subir e descer os degraus do tribunal… e a justiça, estava ela à mão? Só atravessando sete mares…

Com efeito, a lei expulsou um filho amado de Goa e do país. Sentia-se estrangeiro na sua própria terra…

Hoje, ao meio-dia, Cirilo recolheu num saco plástico um punhado de terra lá da sua várzea. Curvando-se, e com os olhos cheios de lágrimas, beijou o solo. Depois, despediu-se de todos e subiu para o avião, voo esse que pôs termo à sua relação com esta terra.… para sempre!

[i] Lavrador que mora, sob certas condições, no prédio rústico dum proprietário.

[ii] Anvalló, em concani.

[iii] Primos direitos são considerados ‘irmãos’, e daí Cirilo ter-se considerado irmão de José e filho da mãe deste.

[iv] O sistema relativo ao manducar.

Notas Biográficas 

Jess Fernandes, de nome completo Menino Jesus de Maria Fernandes, nasceu em 1941, em Quepém, Goa. Tirou o 7.֯ ano do Liceu e fez a carreira de paramédico nos Serviços de Saúde, em Goa. É poeta, contista e dramaturgo da língua concani, e autor de 38 livros. Traduziu em concani vários livros do Velho Testamento e espera publicar brevemente a sua autobiografia.

Reconhecimento

Publicado na Revista da Casa de Goa, Lisboa, Série II, No. 16, março-abril de 2022

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Nillu - 2

Sheela Kolambkar-hachi lhan kotha (Dusro Bhag)

Devanagarintlem Romi lipiantor korpi: Óscar de Noronha 

 

Oslich ek gozal to Narveche zatrechi sangtalo. ‘Zanna mugo bai, ten’na hanv lhan aslom. Mhunnchem asot sotra, ottra vorsancho, go. Tea tempar oso khõi zatra bi asleo zalear hanv ani mhoje amig soglleant fuddem. Zatrek vochop, bhonv-bhonv bhonvop ani zatra sompli kai na nattok polloun asa toxe fantondder ghora ievop. Osoch ek khepe hanv zatrek gel’lom Narveam. Thõi disachi zatra zata. Ani rat zali mhunntokoch devllachea tea vattarant ratik konnuch ravina. Tea ganvchi hi rit. Mhaka ti khobor naxil’li. Hanv gelom ani devllan vochun susegad nhidlom. Bore ratir mhaka zaag aili. Khub lok uloitat oxem aikunk ailem. Hanvem bhair pollelem zalear pois savun chuddi ghevun konn tori ietat-xem mhaka dislem. Khub chuddi! Uzvaad dista. Punn teo konnem ghetleat tem kollona. Chuddiekar bobo marit ietale. Mhuntta mhonsor Devi-le gorbkuddichem dar apxinch fottok korun uktem zalem. Boro uzvaad sokalleak patoll’lo. Boro vas ailo. Ani Devich bhair aili. Hanv thond ãã korun devtek polloun urlom. Devi-lem lox mhojer ghelem ten’na tinnem thõi axil’lem thirth ghetlem ani mhojer ximpdailem. Teaborobor hanv saap bhurgeavori zalom. Tinnem mhaka ukhol’lo ani aple honttient ghalo. Ani ti bhair vochot zalear te soglle chuddiekar devlla bhair ube asat. Devik polloun te nachunk lagle. ‘Monxa vas!’ ‘Monxa vas!’ mhonnunk lagle. Devin tankam xant kelem. Tankam bosoilem ani jevonn vaddlem. Tea jevnnacho vas kitlo boro axil’lo mhunn sangum? Mhoje jibek udok suttlem. Punn thondantlean utoruch bhair futtna zalem. Magir kitem zalem khobor nam. Punn dusrea disa zago zavun pollet zalear hanv eka zaddar asa. Mhoje dost mhaka sodtale. Mhaka te distat punn hanv tankam disona. Bob marunk sodtam hanv punn tondantlean utor futtna. Nimanne suria udelo ani mhoji vacha suttli. Hanvem tenna bob marli. Lokamni zaddar choddun mhaka sokol denvoilo. Sogllo lok mhonnunk lago, ‘Tugelem noxib borem mhunn tum vanchlo. Na zalear tim bhutam khetam tuka pisddun khatlim aslim.’

Nillu-li hi khobor aikun amchi bhievn gulli zatali.

Nillu-lim gozali monxa monxapromann bodoltaleo. Mhoje ajiek to devadhormacheo gozali sangi. Mhoje avoik to ganvantleo bhangoddi sangi tor babak apnnem kel’lea budhvontponnacheo gozali sangi. Amcheo piraio bodlot gheleo toxeo tageleo gozali bhutam khetamvelean monxacher aileo.

‘Zanna mugo bai, eka ganvant mhozo eklo mitr asa. Tachi avoi meli. To vhoddavhoddan roddtalo.’

‘Roddpachoch nhoi? Kitli-i zalear ti tageli avoi,’ ami mhunntalim.

‘Khõicho go? Tumkam kitem disle, to tache avoik roddtalo?’

‘Hoi!’

‘To avoik roddonaxil’lo.’

‘Magir?’

‘To roddtalo to dusrech khatir. Atam hi meli. Higelea baraveak jevonn diunk zai. Tache khatir poixe khoimchean haddche, hem chintun to roddtalo.’

Ani magir ami hans hans hanstalim.

‘Kitem amchea ganvantleo riti? Ektor monis mela tachem dukh’kh asta. Tantunt ho anik ek noxtto khorch! Te poros hanv tor raza zalom zalear heo jevnnavolli bondh kortolo ani ganvkarank sangtolom, mel’lea monxachea ghorantleank ek-ek dis ek-eklean jevonn vhorun divchem. Titloch tankam pondra dis xok korunk melltolo. Hatavelea pottache he lok. Osle lok ganv jevonn koxe ghaltole? An’naddi amcho lok!’

Dat’tu Nillu-lo dost. Dat’tulem logn zalem. Tachem Bit’ttona kai khõi mavoddem axil’lem. Mãin zavõiak xigmeank apoil’lo. Zanvoi veta mhonntokich dedde ailech! Zanvoia vangdda dedde-i bin gele. Tantunt Nillu-i axil’lo. Soglle mellun axil’le dha-bara zonn. Kheriz mavoddea anikui soire axil’le. Bhair angonnant boxil’le kodden tol’lilim sungttam ani postamcho vas ietalo. Bangddeachea humnnak ghal’lim tefllam jibek udok haddtalim. Poilim zanvoi ani dedde jevonk bosle. Jevnnant pollet zalear hankam peddveamchem humonn ani ordh-ordh post vaddlam. Anink kãi na. Velean Dat’tuchi mãi mhonnta: “Nustem kãinch mel’llem na. Ragar zanvum nakat babamno.”Nillun mhollem: “Xe, xe! Tantunt tumchi kosli chuk, mauxe? Aiz xigmeak soglleageruch gordi nhoi? Ten’na nustem mharog asunui mellchem nam.”

Itliant Dat’tuli maim vadd mhunn dhuvek sangun dhodd ghevun bhaincher geli. Ti udok haddunk geliaxi polloun Nillu uttlo. Tannem randchem kuddint vochun Dat’tule bailek vicharlem, ‘Vhoni, tollil’lim sungtam khõi dovorleant?’

Vhoni bhavddi kitem sangtoli? Nillun poilim pattaponda dhampun dovoril’lim tollil’lim sungtam ani postam kaddlim, ani dhavea hatan soglleank vaddlim. Tannem dusro patt ugddun ponda kitem asa tem pollelem. Thõi ukdil’lim tanteam axil’lim. Tinvui tannem ubarlim. Soglleank vaddlim. Ani Dat’tuli maim dhodd ghevun ghora ievche poilim asa toso jevpak ieun boslo.

Soglle bore iotest jevle ani bhair sorle. Dat’tuli maim te uprant zanvoi-ak ani tagelea dheddeank apoupachea fondant kennach poddli nam.

Xannu-babali choli dhavea pãian matxi kut’tali. Tigelo dhavo paim il’lo mottvo axil’lo. Tigelo dhavo dollo-ui matso barik-so. Osle cholie koden logn konn zatlo? Bori dot ditlo mhunn kitem zalem? Eke saidden pollelear bori distali. Nillu Xannu-babak bhudh’ dili ani cholielem logn zalem. Xannu-baban choliechem logn zatokich Nilluli zoddpean vontt bhorli. Nillule bailek kapodd mell’lem, Nilluk judiek lugot ani puddvem mell’lem.

Nillun te choliek koxi khopoili? Choleak choli dakhoili ti choli bhãi velean dhodd handdir ghevun ieta astana. Atam kombrar dhodd astokuch bailam matxim vankddim choltatuch. Kheriz, uzve vattentlean choliek pollelean dhave vattencho dollo dixtti poddlo nam. Mall poddtokich dolleam mukhar choli polletokich nhovro zalo ragar. Nilluli zap toiar axil’li. ‘Tuka, baba, anik kitlixi sundor choli mellpachi? Bhailamlem kitem asta? Tanche thonddar lugot uddoilem mhunntokuch sogllim bhailam sarkinch. Tantunt kãi forok na. Kheriz Xannu-babalo zanvoi mhunn lok tuka kitlo man ditle, khobor asa? Choli bori sonvsari. Randop, xivonn-sut bes borem ieta tika. Tugelo sonvsar boroch sukhan korteli ti!’

Nillun zolma ievun kam’ kelem na oxem mhonnum nozo. Tagele avddichem ek kam axil’lem. Tem to kortalo. Punn tem kam axil’lem ‘seasonal’; mhollear to goddgoddo choloitalo. Ani ho goddgoddo cholounk zatra na zalear festam ievchim poddtalim.

Ek khepe eka ganvant zatra axil’li thõi Nillu apnnalo goddgoddo ghevun gel’lo. Goddgoddo ratcho saddebarank suru zatalo ani uzvaddtasor choltalo. Ek dis Nilluk kainch nhoi mhollear panch sovxem rupiamchi zodd zali. Nai zalear minak lagun lokamkodden duddu golltaloch. Uzvaddle borobor Nillu devllache tollient nhalo. Tannem borim ikra rupiamchi fulam ghetlim ani to devllant gelo. Paiam poddlo. Devtek fulam diun porta ietna vattent tagelea pãiak kitemtori toplem. Kitem kãi mhunn pollet zalear konnali tori gollsori! Bhangarachi! Nillulo jiv dhadosbhorit zalo. Tannem ti bolsant ghali ani tosoch vochun agarsallent nhidlo. Zago zalo to konnalea tori vhodda vhoddan roddpachea avazan. Kitem zalem mhunn pollet zalear ekli bail roddta. Kitem zalam zavonk zai tem Nilluk rokddench kol’lem. Taka sutt’ zalem. Higelich zavunk zai hi gollsori. Tannem te bailek vochun vicharlem:

‘Kitem zalem ghe roddpak?’

‘Kitem sangum, baba! Mhoji gollsori xennli.’

‘Gollsori xennli? Kai, konnem chorli ghe?’

‘Xe, xe! Chortolo konn? Mhojekoddlean ti xennli.’

‘Xennli zalear xennli. Dusri korun ghal. Vogich bob marun roddta kiteak?’

‘Are baba, roddum naka zalear kitem korum? Gollsori ghalpachi umed zal’li nhoi mhaka? Hi gollsori mhoji nhoi. Hanvem ti magun hadil’li nanddeli atam nanddelea ghora kollot zalear tigelea ghorcho lok tika oxi soddta? Padd poddum mhojem. Khoinchi paddi bhudh’ zali mhaka ani bhangaram magun haddlim hanvem. Atam nonddek tondd koxem dakhoum hanv?’ – oxem mhunn vhoddavhoddan ti roddunk lagli.

Nillun tika vicharlem: ‘Atam tum ji roddta, tea roddnean tuka tugeli gollsori porti mellteli?’

‘Mellum, na mellum! Punn roddle bogor ranvum ieta? Konnak mell’li tachem Dev borem korum.’

Nillu kuddint gelo ani gollsori gheun ailo.

‘Hi polle ek gollsori. Sokallinch mellil’li ti mhaka. Tuji hi?’

‘Hoi re, saiba! Hich ti. Tum dev koso pavlo mhaka.’ Oxem mhonnun te bailen sorol Nillule pãim dhorle. ‘Mhoje bhava, tum Deva bhaxen pavlo mhaka. Aiz tuvem amger jevunk ievunkuch zai. Ieta mhunn. Magir tugele pãim soddta.’

‘Tum poilim devllant voch. Devi mhoreant vochun soput ghe. Hache mukhar ken’nach bhangarachi vost magun ghalchi na mhunn sangun!’

Tea disa Nillu tiger jevunk gelo. Jevun to tanger nhidlo. To bod’dod ratikodden uttlo. Ratikodden jevun bi to porto bhair sorlo. Punn apnnak bhair angnnant hantunn dovor mhunn te bhoinnik sangunk to visorlo na.

Ratikodden portun tacho goddgoddo suru zalo. Adlea disa jea konnãle poixe gel’le tannim polisent kex kel’lo zavunk zai. Na zalear zilimni lipun goddgoddo khelltolea Nilluk polis koxe dhorun vhorpache? Pulisani Nilluk goddgoddea soit dhorlo. Tori borem, Nillun kalche poixe te manil’le bhoinnikodden dovoril’le. Fuddem kab, fattlean don pulisamodim Nillu oxi vhonkolpavnni vochunk lagli.

Ratikodden kirr kallok patoll’lelo. Uzo zata mhunn Nillun khomis kaddlem ani hatant dhorlem. Ani velean pulisamcher to taplo. ‘Hatak kitem dhortat? Poilinch kitlo uzo zata! Hanv khõi pollun vochna. Hanv pollun vetlom-so dista zalear mhojem puddvem dhorat.’

Hea ganvcho purai vattar Nilluk khobor axil’lo. Choltam-choltanch Nillun puddveache kironvttichi gantt halluhallu sodoll keli. Ani taka zai te suvater panvum naka, dogui pulisank nettan dhuklun to dhanvlo. Kinn kallokh! Pulisanchea hatant Nillulem fokot puddvem urlem. Kallo Nillu kallokhant nach zalo. Konnak pot’to laglo na. Nillu dhanvun gel’le diken kaban far marlo. Punn suknnim bettinch uttun add’dunk laglim…

Pollun gel’lo Nillu bod’dod aple manil’le bhoinniger ailo. Sogllo lok nhidil’lo mhunn borem zalem. Na zalear te nagdde avostent Nilluk polloun lok denvchar mhunn bob martele asle. Sompear Nillulem hantunn axil’lem. Tannem pangrunn matheavelean ghetlem ani to susegad nhidlo. Sokallim uttun tannem apli mustaiki magun ghetli ani to bod’dod ghora gelo.

‘Gõy svotontr zavche poilim utrak mol axil’lem. Atam poixe laile bogor kitench zaina’  ̶ oxem Nilluk sangchem. Atam koslem-i konnalem kam’ aslear khoim ani kitlem vozon dovorlem mhunntokoch tem kam’ zatlem hem Nillu distdist sangtalo. Tagele dost taka mhunntale: ‘Nillu, him oslim poixe ghevun tum lokalim kamam korta tem borobor nhoi. Ken’na angar xekot sangum nozo. Polle, samballun re baba!’

Hacher Nillulem somorthon aikopasarkem. ‘Zanna tum, sorkari nem’ani kaide hea rostean zor tum vochxit zalear ek kam’ zatasor kalleachem dhovem zatlem. Teach kamak tum matso vankddea rostean voch. Tugelem kam’ rokddench zata. Sorol rostean cholotleanchem zog atam urunk nam. Tumkam khobor asa nhoi, devali topoxcharea korun taka proson’n korun ghevpak bara vorsam lagtat mhunn. Atam bara vorsam vatt polloupa itlem pasiens asa konnakodden? Devakoddlem tench kam’, umaxek devcharak kombo kapit zalear dusrea disa zata. Atam devcharak kitem divchem tem tumchea kamavoilean tharavpachem. Sadem kam’aslear sur-rontt. Tache poros matxe kottin kam’ aslear kombo. Bhovuch kottin kam’ aslear mat bokddo. Atam tumich sangat, kombo kapun kam’ korun ghetil’lem borem kai bara vorsam topoxcharea kel’li bori?’

Ek dis khobor aili, Nilluli vhoddli choli konnalo tori hat dhorun pollun geli mhunn! Aji mhonnunk lagli. ‘Vochpachich! Ho oso almped’dear. Aplo sonvsar ubont uddoun sogllea zogacho sonvsar ho korta. Ten’na te bavdde cholien aplem sukh apnnem sodlem zalear tantunt tichi kosli chuk? Gelem tem borem zalem. Gelam thõi sukhi zanv.’

Uprant Nillu amger ail’lo tenna to tiddkol’loso distalo.

‘Tem hatakuch lagum di mhojea, taka jitench marun uddoilem na zalear nanvacho Nillu nhoi hanv! Tondd dakhounk legit zago dovorlo na tannem. Zal’lem tennach mel’lem zalear borem zatlem aslem!’

Mhoje ajien Nilluk apoun vhelo. Ani taka vicharlem, ‘Are, Nillu, zogaveleo uchapoti tuka khobor asta. Ani tugelea ghorant kitem chol’lam hem tuka khobor naxil’lem re? Tum kitem dolle dhampun choltalo? Sogllea zoga lokak khobor axil’lem tugeli choli konnavangdda bhonvtali tem. Amchea Gõyant Ponnje konnem ghann ghali zalear Kankonnmeren tacho vas marta. Ani tuka kainch khobor naxil’lem mhonnta tum?’

‘Khobor axil’lem ghe! Hanvuch vogi ravil’lom. Jen’na bailen cholie samkar mhaka tageli khobor sangli, ten’na hanvem ghor mathear ghetlem. Choliek sanglem, tum zor portun choleaborobor bhonvtana dixtti podxit zalear tugele donkech moddun ghaltolom. Don-char dis tachi rakhonn bi keli. Eke kuddint taka dhampun dovorlem. Jevonn bi dilem na. Punn amchi hi taka upaxim dovorchi na hem mhaka khobor axil’lem. Char-panch dis tachekodden koddok vaglom. Magir matxem taka soil soddlem. Mhaka khobor aslem, oxem kele bogor tem pollun voch’chem na mhunn!’

‘Punn ek sang re, cholo boro nhoi?’

‘Cholo ekdom’boro. Sodunk gelear mellcho na, itlo boro. Boro xikla. Nokri korta. Ghordhar asa. Avoi bapailo ekloch put. Tin bhoinni taka. Tigãichem logn zalam. Tisri bhoinn hi mhoje choliechi moitrinn. Tika lagunuch hanchem zomlem. Tankam soglleank mhoji choli avoddlea.’

‘Soubhagea, itlem sogllem khobor asa tuka. Magir tuvem tichem logn kiteak korun dilem na?’

‘Tum anik kitem uloita ghe? Hanv oso almped’dear! Choli ani nal’l diun logn korchem mhollem tori legit nal’lak poixe dium zai kai na?’

‘Hanv tuka divpachim mure nal’l.’

‘Toxem nhoi ghe! Ritipromann logn korun divchem mhollear cholie angar kanknnam, sorpolli, kanantlim bi vosti ghalum naka? Chalipromann char lokank afounk naka? Unnench mhollear dha ek hozar rupia korch asa. Ani mhojekodden tor dha rupia legit nat. Magir kitem korum? Mhollem, choliek vochum di pollun. Choli-i suttli ani hanvu-i suttlom.’

‘Atam dusri choli re? Tikai pollun voch mhunn sangtolo?’

‘Na! Tika bhoinnin apnnalea choleakhatir poilinch magun dovorlea.’

‘Mhonntokuch atam tum ragixtt monxachem nattok kiteak korta tor?’

‘Anink kitem korum? Khori khobor lokank sangin zalear lok hanscho na mhaka?’

‘Magir hem sogllem tuvem mhaka kiteak sanglem tor?’

‘Tuje kodden fott koxem uloum? Tukai fott marit zalear birmot futt’toli! Lokank hanv toretorechim sonvgam korun dakhoitam. Punn tankam khorem kitem tem sangpachi mannsuki asa?’

Poir kitlea tempan Nilluli bail meli mhunn koll’lem. Put logn zala. Punn taka bapaichi il’li-i kodor na. Nillulea tempavele bhatkarui ekek korun somple. Atam Nilluchea gozalinchi konnak koslich umed urunk na. Zog-ui atam bodol’lam. Nillu sod’dea apnnale dhuveger asa. Ti dhuv ji pollun logn zal’li tiger. Ekek khepe mhaka dista, Nilluli dhuv ravta tea ganvant voch’chem, Nilluk mellchem, taka sarko boro pollovcho ani lhovuch taka vicharchem, ‘Tuka tugeli dhuv barik tandllamchem xit korun vaddta mure?’

 (Revista da Casa de Goa, Série II, N.º 10, Março-Abril 2021)


Nillu - 1

Sheela Kolambkar-hachi lhan kotha (poilo bhag).

Devanagarintlem Romi lipiantor korpi: Óscar de Noronha 

 

Thodde lok zolmak ietnach almpeddearxe ietat. He lok astat jevnnak mar ani dhortorek bhar mhonnttat polle tosle…. Te kam’dhondo kãi korinat. Tori punn tanchem pott bhorta. Bekar asa mhunn khobor astana tachem logn zata. Tankam bhurgim zatat. Bhurgim xiktat, vhodd zatat. Oxem toren dixtt lagsarko tancho sonvsarui bin zata. Ek poiso zoddi nastanam. Koso to Devakuch khobor! Zonn eke chonchik Devan chorov ghotto dil’lo asta khoim! Toslo to chorov, kãi hat-pãi haloi nastana jea lokamchea thonddant apxinch poddta te lok kitle sukhi! Ani thoddo lok mormorsor kam’ kortat, punn tea lokank dhod ek jevonn susegad bosun jevonk mellna. Kortele kitem? Kormacheo goti ani muien gil’lo khoim hoti, tosleantli khobor!

Toslea almpeddear monxam bhitorlo ek monis mhollear Nillu. Horxim tagelem nanv Nilkant punn Gõykarache nanvanchi vidornam korche sonvoiek lagun to zalo Nillu. Ani Nillu-le avoi-bapui gorib axil’lean soglle taka Nilluch mhonnunk lagle. Zantte-nentte, soglleancho to Nillu axil’lo. Nillu zor ekadrea bhattkarager zolmak ail’lo zalear Nillubab zatlo axil’lo. Ghoddie to Portugez xikil’lo ani khõiui empregad bin axil’lo zalearui to Nillubab zavpacho. Punn to zalo almpeddear ani Nillu to Nilluch ul’lo.

Nillu chear choliamvelo cholo. Mhunn avoi-bapailo khub’ apurbaiecho. Tagelea avoi-bapaili goribkaiechi poristiti asun legit tannim taka laddan vaddoilo. Soglleank ukddea tanddlachem xit ani ho apurbaiecho ekloch put mhunn haka barik tanddlachem xit. Avoi-bapain kel’li tachi sovõi il’li legit vochunk nam. Tachi bail taka barik tandllachem xit tache purtench korun vaddtali.

Nillu nanvapramann nilloch. Mhollear kallokitt. Ghos koso. Tangelem kens legit thondda mukhar matxe dhove distale, hache velean polloiat. Taddmadd koso lambuch lamb. Angan dhondio naslo tori barikui bin nhoi. Niktto valo nesoun ani hatant dhanddo diun, kor’kor’avazacheo vhanno ghalun taka khõicheai sanvari ponda ubo kel’lo zalear lok taka devcharuch mhonttale axil’le. Thond chovkonni. Chovkonni chereacher il’lixi khaddki. Sokoilo vhontt dantani chabun chabun sodanch thambddo gunj zaun astalo. Nillulo vhontt jitlo chodd thambddo, titleo tachekodden hun’hunit gozali asat mhunn somzuchem. Soglleant sobit axil’le tagele dolle. Chokchokit toxe dhoveful. Tantunt sodanch bhurgeancho koso gollgollit nirmoll hanso. Dantui tagele dhoveful. Mogre kolle koxe. Eke vollsorent gunthil’le. Atam zantto zal’lean tagele kens sap dhove zaleat. Ani fottochi negative koso to dista.

Hanvem Nilluk lhan astana pollel’lo toso to asa. Tantunt il’loi forok nam. Fokot kes pikleat. Kes tache matxe lamb-chipchipit tel laun to te porte volloita. Kasatto marun nexil’lem, nill ghalun nillsar dhovem kel’lem tambddea kanttachem puddvem. Tacher khomis. Hem khomis puddvea bhitor ani voir judi oso tagelo bhes. Tachekodden ek Raleigh saikol axil’li. Ho lamb, ti matxi mhotvi. To saikolicher bostalo tem pollovpasarkem. Saikoli poros paim lamb zal’lean te dhomprakodden katkonant dhoddun taka pedalam marchim poddtalim. Saikol choloitanam judi varo bhorun pankhatto koxi foddfoddtali. Ani pãiakodden puddveacho xev varem bhorun furfurtalo. To saikol choloitana rodamcho ani puddveachea forforpacho ek comik avaz ietalo.

Nillule dant dhoveful’ axil’lean tache dost tachi moskori kortale. ‘Makodchap dantmanjnan haka aple jahirati khatir apoun vhorunk zai axil’lo. Poilim hagele dant dantmanjan lavun kalle kalle dakhoile mhonntokoch pod’dobhor kainch dischem nam. Fokot monxachi ek akrtai distoli. Ani magir to dant dhuta tem dakhouchem mhonntokoch dhul’le dhoveful’ chokchokit dant’ – oxem te fokannanim mhonntale.

Nillu lhan astana konnetori bhavixia sangil’lem khõi. Ho cholo zomnir ken’nach cholcho na, sodanch vahanantlean bhonvtolo. Khõichea tori eka sinemant pollel’lem: osoch ek niktoch zolmol’lo bhurgo asta. Jyotixi bhavixia kortat, hagelo ixariacher vahana dhanvtolim mhunn! Avoi-bapui khub khuxi zatat, choleachi khub apurbai kortat. Rokddoch taka zantto zal’lo dakhoila. Ani to zal’lo asta ek traffic polis. Tagelea ixariacher gaddio dhanvtat. Tannem rav mhonttokich gaddio ravtat.

Nillu-lem bhavixia oxech toren khorem zal’lem. To vahanantlean bhonvtalo. Ektor to saikolicher astalo. Saikolicher na ten’na konnache tori gaddient astalo. Choddxa bhattkarank to zai axil’lo; ektor tankam ganvaveleo gozali Nillukoddlean somzotaleo. Na-zalear apleo khobri, aplim vhoddponnam dusreakodden pavovpak tankam Nillucho upeog zatalo ani magir he bhattkar aple vangdda aplea mezar taka vaddtale.

Punn ek, jevle uprant Nillu kennach konnager ravi naxil’lo. Bail vatt polletoli, jevle bogor tixttot ravtali oxem sangun to bhattkarale gaddient bosun bod’dod ghora ietalo, ani susegad tannun ditalo.

Nillu sokallim cha ghevn zo bhair sortalo, to Gopi-lea shopar vetalo.Gopi Nillu-lo dost. Dogui vangddach xiktale. Dogui vangddach xalla chukovn chinche bottam, boram, toram paddunk vetale. Dogui vangddach Saraswati pujnak boria-boria ghorantlea porsamnim vochun borim-borim fulam chorun haddtale. Ani dogui vangddach sigar oddunk xikil’le. Gopin magir aplea bapaili kens kap’pachi kola xikun ghetli. Ani bapailem shop to cholovpak laglo.

Nilluk bapain ghor soddun kãi dovorlem na. Nilluk oddi-oddchonnik Gopich upkara poddtalo. Mhunn sokallim cha piun Nillu bhair sortalo to bod’dod Gopilea shopar ietalo. Thõi taka akh’khea Ponnjent kal kitem kitem ghoddlem tachi khobor melltali. Kal konnager kitem zalem, khõichi choli konnaborabor firta, konnalea ghorant zogddim zalim, khõichea ghova-bhailank poddna, kal konn konnak ghevun khõichea sinemak ghel’lo, voinibaien novea modelachim kanknnam kelim, tantunt tika xettin kitlem fottoilem, bi soglleo gozali tantunt astaleo. Osleo thoddeoxeo legit gozali taka mell’lear puro. Magir tea gozalink mitt, mirsang, mosalo lavn teo ruchik koso korcheo hem Nilluk xikovpachi goroz naxil’li.

Ponnjechea bhattkaramlea ghoranim Nilluchi bhumika Sanskrut nattkantlea vidushkachi astali. Hea bhattkarank hansovpachem, tanche dosh tankam hansot sangpachem, khõiche-i bai-baiechem na zalear tai-baiechem kam moneani korpachem, Satianarainachi puja zali zalear chukonastanam soglleank prasad vanttpachem kam’ Nillu bes borem kortalo. Prasadacho donno konnak chukonaxil’lo ani Nillun dilebogor ekaporos chodd donnem konnak mellonaxil’le. Samradhna asot zalear Nillu vaddunk fuddem. Kitem-i randil’lem unnem zait zalear tem xem-pon’nas lokank polloun vaddpachem kam’ Nillu bes borem kortalo. To top bhorun gheun ietalo ani zonn ekleak vichartalo, “Tuka zai? Naka nhoi?” Oxem apunnuch mhonnun, zai naka hachi vatt pollenastanam fuddem vetalo.

Sokallim dha-ank sumar Nillu nusteachea bazarant pasoi marun ietalo. Konn nustekan kitem nustem ghevun khõi boslea hem to herun dovorun doriadeger konna-i vangdda zankddam marit ubo ravtalo. Title mhonnsor khõichoi tori bhattkar gaddi ghevun nustem vhorunk ietalo.

‘Kitem Sada-baab! Aiz nustem vhorunk tum aila? Rav, rav! Tu denv’ naka. Hanv astana tum kiteak husko korta? Tum hangach rav. Hanv tuje khatir nustem ghevun ieta.’

Oxem mhonnun Nillu nustem ghevun ietalo. Magir Nillun sangil’lem poixe bhattkar ditalo. Ani Nillu panch dha rupia unnem korun te nusteakanik ditalo. Ani uril’lea poixanchem apnna khatir nustem ghevun ghora vetalo.

Deddak sumar to ghora pavtalo. Bail babddi xit bi korun ho nustem ghevun ietlo mhunn vatt polletali. Nustem uzravun tachem humonn zatasor Nillu nhanvunk vetalo. Bhãichea udkacheo panch-sov kollxe angar votun ang puxit bhitor ietalo. Bailen mirio kaddun dovril’lem puddvem nestalo. Puddveacho ek xev khandar udovn tulloxik udok ghaltalo. Ani magir bailen vaddun dovril’lem barik thandllachem xit jevunk bostalo.

Nilluli bail sadi axil’li. Hanstea mukhachi, addve kens volloun supare iedo ambaddo ghaltali. Tigelea hea ambaddeacher ful na oxem kennach zalemna. Logn korun haddil’li ten’na tigelo ambaddo nal’la iedo zatalo. Ghovak Dev somzun ti Nillulo sonvsar kortali. Konnaleo gozddeo xivun ditali, lonnchim korun, papod korun viktali. Divalle, chovthik vojim dhaddunk avoiank adhar kori. Aianom, stradhdhank sovaixinn mhunn rav. He bhaxen koxtt korun, konna mukhar hat kori nastona, ghovalo sonvsar choloitali. Nillulea avoi-bapai fattlean barik thanddllachea xitache Nilluche laad bailenuch puroile. Goddie Nilluli bail ghovale chod laad kortali dekhun Nillu kosloch kamdhondo kori naslo zanv-ie.

Hanvem poilinch sanglam, Nillu bhattkaramlo viduxok axil’lo mhunn. Sadabab ho Ponnjecho ek bhattkar. Hea bhattkarak xembor khepe mutunk vochpachi sovõi axil’li. Nillun ek khepe taka vicharlem: “Sada-bab, tuji voj kutriachi kai kitem?”

“Kiteak re”?”

“Na! Tum portu-portun mutunk veta mhunn vicharlem.”

Sada-bablea choleak Apa Kamotichi choli khubuch manil’li. Punn Sada-bab ani Apa Kamat bhitorlean ekamekale dusman, ten’na soirik zullpak kotinn axil’lem. Sada-babalea cholean apli avodd aple avoik sangli. Avoik-vhonibaik choli posont axil’li. Tinnem kitem korchem? Tinnem Nilluk afvhonno dhaddlo. Taka soglli gozal sangli. Nillun tika sanglem, “Vhonibai, tum bhienv naka. Hanv kitem korpachem tem dist kortam.” Nillu gelo thet Apa Kamotiger. Apa Kamat ani tageli bail bi astani Nillun mhollem, “Kitem, choliele laddu atam kenna ditlim tumi?”

“Are, hanvui tench mhunntam. Cholielem logn korunk zai. Nillu, tum boro-so bhurgo suchoi pollov-ia.” – Apa Kamotili bail.

“Sadababalo cholo asa nhoi? Kai boro xikil’lla sovril’lo.”

“Tu sarko asa mure? Sadabab baab kitem mhoje choliek sun korun ghetlo? Amche sombondh tuka khobor nat?” – Apa Kamat.

“Punn tu vochun Sada-babak vichar tori! Vicharunk kitem poixe poddtat vhoi?” – Nillu

“Hanvoi tench mhonntam. Choli borea ghorant poddtoli ani tumchi dusmankaiui somptoli.”

Magir Apa Kamat khoinchenuch ek dis Nillu vangdda Sada-babager gelo. Tannem utor ghalem. Ani Apa Kamoti sarko monis matso nomtem ghevun aplea dharant aila hem polloun Sada-babanui khuxalbhorit zavun Apa Kamotinle choliek sun korun ghetli.

Lhanponnant amkam Nillu avoddtalo. Kiteak, to tosleoch gozali sangtalo. Ami bhurgim thondd uktem korun tageleo khobri aikotalim. To sangi –

“Zanna mugo, lhan astana hanv Pednea ajieger gel’lom. Tenna light bin naxil’li. Ani Pednea vochunk akho dis lagtalo. Ghorant ponntteo na zalear petrolache kovde astale. Hanv ailam mhunn ajien vodde korpak ghetle. Oxi randon, randni samkar aji boslea. Randni kuxik hanv boslam. Aji vodde tollta. Randche kuddint ek il’lexem zonel. Randta astana chodd zal’lem udok bin aji hea zonelantlean bhair uddoitali … zalear… aji vodde tolltali. Itlean boddiebhaxen ek itlo hat tea zonelantlean bhitor sorlo. Fattofat avaz ailo. ‘Mhaka ek voddo di ge!’ Aji distuch vollkoli konnacho to! Tinnem kitem kelem, dovleant hunhunit tel ghetlem ani tem tea hatar ghalem, hat axil’lo bhutacho! Tem bobo huieli marit dhanvlem. Tacho avaz aikun bhõian mhoji sap’p gulli zali. Hanv Ram, Ram, Ram mhonnunk laglom. Ajien mhaka magir sanglem, ‘Bhutank ken’nach bhievchem nhoi. Bhutank zoxim ami bhietat toxinch bhutam amkam bhietat. Tum tankam bhiexit zalear tim tuka chodd bextaitat.’

(Revista da Casa de Goa, Série II, N.º 9, Março-Abril 2021)


Porque não vem a morte…

Um conto de Damodar Mauzó

Traduzido do concani por Óscar de Noronha

É meio-dia. O sol, qual inimigo implacável, agride brutalmente a pele. O chão cá abaixo, o céu lá acima, e ardem as criaturas como as brasas do fogão a lenha! De todo o lado, um calor de escaldar.

Já lá foi o mês de maio, e o de junho está quase no fim, porém, não há sinal da monção. O solo quente, seco e mirrado de sede, olha súplice para o céu. Não há uma só nuvem no firmamento. Volve então os olhos queixosos, mas ai, não era capaz de verter uma só lágrima.

As mangueiras, as jaqueiras, as árvores de gralha e as palmeiras – murcharam todas elas, coitadas. Queimaram-se as folhas; as sobreviventes estão crestadas. E as arvoretas! Ora bem, vivem porque não lhes veio a morte…. Se é esse o estado das árvores, nem queira saber o que é da erva e do arbusto! Há muito que a erva se desenraizou, e ora lá se vê só areia. E os arbustos? Encontram-se no seu lugar umas esguias estacas.

As várzeas confundem-se com as hortas. Os poços secaram um por um; e as lagoas ressecaram. Até a sua lama se transformou em pedregulho. Os seres humanos da região safaram-se para terras longínquas. Os pássaros migraram para outros países. Pereceu o gado. Tudo que sobrevive espera a morte.

Nesse sol abrasador do meio-dia, passa por lá uma cobra-d’água levando consigo o seu rebento. Vai em ritmo acelerado. Faria algum sentido sair a essa hora? De mais a mais, é cobra, cuja natureza é de se arrastar pelo chão. Devia-lhe arder o corpo; pelos vistos, a cobra-d’água não se dá conta disso. Vai andando, com os olhos postos no filho. Quem visse essa cena não deixaria de lhe chamar louca. Mas... quem vai reparar nisso?

A cobra-d’água atravessa várzeas, hortas e valados. Deparando com um coqueiro, à sua sombra faz uma breve pausa; suspira e põe-se de novo a caminhar com o filhote. Ela própria não deve saber para onde vai.

A certa altura, encontra uma várzea. Ó minha mãe! Que tamanha que ela é! Mas evitando pensar nisso e de se deter na soleira, desce do valado e percorre os cômoros da várzea. Ó senhora minha! Quem a visse agora, não deixava de lhe dizer com dó: "Cobra-d’água, por que andas à soalheira do meio-dia? Contas pelo menos chegar ao outro lado? Cuidado com a tua vida! Melhor era voltares atrás para este valado. Fica ao pé desta árvore-de-gralha até à tardinha!…" Mas a cobra-d’água não se dispunha a ouvir. Nem tomaria a peito esse conselho. Quando muito, diria de passagem: "Olha, não há tempo para descansar! E que importa que eu morra no caminho? Ora, só porque a morte não vem..."

Essa várzea tem até os cômoros já desmoronados. Só se faz sentir a areia, essa areia quente! Lembra-se de quando, à cata de um rato, entrara na casa do José, vendedor de grão assado. Ficara num canto a observá-lo. O José havia deixado ao lume uma grande panela de barro, em que metera areia. Sobre esta, depois de bem aquecida, vazara grão, e ora... ao caminhar, arrepiou-lhe o corpo de se imaginar ela própria o grão sobre a areia!

‘Ai-ai!’ suspirou a cobra-d’água ao ver um valado que, à borda, tinha um anacárdio – árvore de bibó! Ansiando por um pouco de sombra, acelerou o passo e chegou-se ali. Subiu com algum esforço e meteu-se debaixo da árvore. Ó senhor! Onde está o seu filho? Até há pouco estava com ela. Aflita, voa pelo trecho do valado, quando afinal estava mesmo lá em baixo. Julgando que tinha dificuldade em subir, a cobra-d’água saltou, para prestar ajuda. Caramba! Porque está assim inerte? Ela só dá com o caso quando lhe toca com a cara….

Com a morte na alma, subiu de novo ao valado. Não tinha o mínimo de forças para levantar o corpo do filho. Sentou-se debaixo da árvore, a pensar. Passaram-lhe então pela mente um incidente após o outro.

Quando vivia o marido, não faltava nada à cobra-d’água; satisfazia-lhe todas as necessidades. E como adorava ele os filhos! Mas… não era essa a vontade divina. Um dia, o marido teve de sair à busca de alimento. Como tivesse muita sede entrou numa pia anexa a uma casa, à procura de água. Estava lá um caldeirão. Ó que sede de água! Desejando satisfazê-la, meteu a cabeça nessa panela. Entretanto, um malvado quebrou-lhe a coluna vertebral com uma paulada nas costas. Mesmo assim, a cobra-d’água, às escondidas, arrastou-se até à casa. Tentaram de tudo para a salvar, mas...

Ora, a cobra-d’água sentia vontade de morrer... Que tinha mais a fazer na vida? Mas não podia ser! O marido, à beira da morte, havia-lhe aconselhado a tomar conta dos filhos. Por isso, viveria só por amor aos dois.  Porém, foi cruel o destino! Ambos –

Já o verão estava no fim, sem que houvesse o menor indício de chuva. Secos os poços e ressequidas as lagoas, nem para mezinha havia sequer uma gota de água. Nessas circunstâncias, a cobra-d’água superou todos obstáculos para cuidar dos filhos. Privou-se a si própria, mas não os filhos. Donde é que lhes arranjaria água dado que à própria terra escasseava? Entretanto, de sede morreu-lhe uma criança; e ficaram elas duas, a mãe e uma outra. Esvaziara-se toda a região. Haviam partido as serpentes, as cobras de rato e todas outras. Ficara só a pobre cobra-d’água, na expectativa de que viesse a chuva sem mais delongas. E só quando não podia mais, abandonou os seus bens, pegou no filho e partiu... E agora, este mesmo filho deixou-a!

A cobra-d’água derramou duas lágrimas.

‘Porquê choras, cobra-d’água querida?’ – de repente, ouviu ela uma voz, afectuosa, que lhe fez lembrar a do marido – e logo rolaram mais duas lágrimas.

‘Por amor de Deus, não chores assim!'

A cobra-d’água, cismada, lançou um olhar ao redor. Não estava ninguém no valado; além da árvore de bibó, nem uma planta sequer. Então, seria mesmo o bibó–?

‘Sim, sou eu mesmo, o bibó, que te estou a falar. Porque choras?’

Fitando a árvore, com os olhos marejados de lágrimas, e a sentir-se já um tanto aliviada da dor, soltou um grande suspiro e contou-lhe a sua história. Comoveu-se muito o bibó! Mas que podia ele fazer? Suspirou e guardou uns momentos de silêncio. Perguntou-lhe então a cobra-d’água: 'Ó bibó, estás aqui só, não estás? Isso não te aborrece?’

‘Que remédio? Dantes, tinha a companhia das trepadeiras e dos arbustos, e ali na borda estava uma palmeirinha. Mas... mas hoje, estou cá sozinho, a contar os dias. Quando me lembro dessa palmeirinha, fico triste! Nem coco verde chegou a dar; entretanto, foi-se embora, coitada!’

‘Não leves a mal esta pergunta, bibó!... O que te faz viver?'

Dentro em pouco, respondeu o bibó: ‘A minha vida já não faz sentido. Sei muito bem que mais dia, menos dia, hei-de morrer. Estou vivo, cobra-d’água... estou vivo somente porque não vem a morte!...’

O bibó vive porque não lhe vem a morte! Também eu vivia porque não me vinha a morte? Não! Vivia mas era por causa dos meus filhos – e sim, quem tenho eu agora? Porquê viver?

‘Entendo. Ó cobra-d’água, já sei o que estás a pensar. Ouve bem! Existem muitas criaturas no mundo. Umas estão desapontadas; outras sentem-se livres por terem já cumprido os seus compromissos, os seus deveres. Estas não pensam na morte; vivem pacatamente, aguardando a sua hora… E tu não deves morrer! Ouve lá! Existe uma lagoa a umas sete ou oito léguas a leste daqui. É pequenina. Vai tu ficar nesse lugar. Ninguém conhece o sítio, e não me parece que chegue lá alguém! Vai lá viver. Pronto, tens de viver, pelo menos porque te não vem a morte.”

Levantou-se a cobra-d’água; olhou para o bibó e começou a lacrimar.

‘Cobra-d’água, queiras fazer-me um favor!’

‘Diz, bibó, diz! Estou às ordens. Queres que eu fique aqui mesmo?’

'Não, cobra-d’água. Se ficares aqui, não viverás. Tens de ir mesmo. Mas antes disso, faz-me este favor...’ disse o bibó, emocionado. ‘Há mais de um mês que não vejo nenhum ser vivo. Hoje vieste tu. Seria um favor se por uma última vez serpeasses, à vontade, sobre o meu corpo…'

A cobra-d’água subiu num instante. Chegou até ao topo, trepando-lhe o ombro e enrolando-se-lhe à mão. E desprezando a sua própria dor, brincou e dançou, antes de descer da árvore. O bibó ficou muito contente. Então, a cobra-d’água volveu um derradeiro olhar ao filho e uma comovente despedida ao bibó, e pôs-se em direcção a leste.

O mesmo impiedoso sol. Chega o final da tarde, mas a terra está quente na mesma. O grande astro, a caminho do ocaso. Chega a tardinha. Põe-se o sol e some-se. Os seus raios vermelhos espalham-se pelo chão. A terra, que sempre a esta hora se apresentava tal qual uma noiva, parece hoje muito enferma. A cobra-d’água volta a andar e sempre a lamentar esse triste estado ambiental. Passa o lusco fusco e vem a noite, e ainda a aurora. Entretanto, a cobra-d’água, sonolenta, não se atreve a repousar: que será dela se inesperadamente cair num sono profundo? Tinha de chegar quanto antes àquela lagoa…. Ó esperança, já algum dia esqueceste alguém?

Mais um meio-dia; e o mesmo calor ardente! A cobra-d’água segue o seu caminho, sem o mínimo de descanso. Passa o meio-dia e vem o crepúsculo… Que é isso? Como secaram assim as plantas! De todos os lados parecem elas uns postes desnudados, e ainda no meio delas, umas plantas viçosas! Espanta-se a cobra-d’água, mas não se deixa ficar por lá.

… Era esta a tal lagoa! Haviam sobrevivido as plantas, só por estarem à sua margem! Seja como for, a cobra-d’água chegou! E então, que límpida essa água! Fica a cobra d’água a admirá-la por uns momentos. Logo depois, saindo do seu transe, vai até à beira da água. E quando a ia tocar com a sua língua sequiosa, lembrou-se do marido. Morrera precisamente ao beber água!... E dos filhos – haviam deixado o mundo angustiados por falta de água para beber!... E morre o bibó por não haver água – anseia morrer, mas vive só porque lhe não vem a morte.

Escurece. Com passos suaves, vem a noite. A cobra-d’água avança. Mergulha-se na água; há dias que não a via! Bebe até dizer basta; dança, brinca, nada, cai de sono… e dorme.

Splash! Splash! Desperta a cobra-d’água, intrigada com esse som logo à aurora, e vê lá gente! Cheia de medo, afunda rapidamente a cabeça; e quando a retira, vê um jorro de água a encher um camião-tanque. Assusta-se! Em tempos, vira bombear a água duma várzea. Que raio de seres humanos! Só Deus sabe como descobriram essa lagoa! Irão levar esta água e dentro em pouco não haverá mais! E… e… depois –

Baixa o nível da água; reduz-se a metade; e logo resta lá muito pouca… E –

‘Ei! Vejam aí, uma cobra-d’água!' grita alguém.

‘Traz-me um pau!... Anda cá….'

A cobra-d’água cerra os olhos. Tem saudades do marido e sente-se feliz por saber que vai ter morte igual à dele. Tem saudades também dos filhos – foi bom terem partido antes dela! E aquele bibó! Deve estar ainda a aguardar a morte! Porque não vem a morte….

‘Ai!’

'Valente! Foi um golpe de mestre!

 

Publicado na Revista da Casa de Goa, Série II, N.º 7, Nov-Dez 2020


Moronn Iena Mhunn...

    Damodar Mauzo-hachi lhan kotha. Devanagarintlem Romi lipiantor korpi: Óscar de Noronha

Donpar zal’li. Vot samkem dusman zal’le bhaxen angache kuddke kaddtalem. Ponda zomin ani voir vell. Randnicher dovoril’lia dhondsavari soglle jiv hulpatale. Charui vatten rokhrokh.

Mai ken’na kobar zalo. Jun-ui sompot aila. Pavsachem nanv nam. Dhortori taplea. Udkak haphaplea. Tanen tanelea. Aaxen babddi mollbak dolle laita. Punn mollban ek kup legit dixtti podna. Roddkuri portota ti. Punn golloitli mhollear dollean ek olem dukh legit iena.

Ambe, ponnos, vodd, madd soglle babdde bhavun geleat. Panam zoddleat. Ani zancher asat tim korpun geleat. Ani zhaddam! Moronn iena mhunn jietat. Vhoddlea rukhamchi oxi ghot. Magir tonnanchi and zhompachi khobor kitem vicharta! Tonnan dhortorek ken’na sodil’li. Tea zagear fokot renv dixtti poddta. Ani zhompam? Tanchea zagear distat ubeo boddio.

Xetam ani mollam ekuch distat. Bhãio ekan’ek poddong poddleat. Tollim sukun geleant. Thõicho rebo legit sukun fator zala. Ganvant ravpi moniszat ganv soddun pois gelea. Sovnnim sogllim dusrea dexant geleant. Gorvim sogllim morun geleant. Jogun vattavn uril’lea jiv moronnachi vatt polloitat.

Ani oslea vellar, donparchea kaddar ek henvallem aplea pilak borobor ghevn khõi tori veta. Soddsoddit cholta tem! Oslea vellar ani cholpachi mannsuki asa? Tantun henvallem tem! Sogllem ang bhuiek ghasun cholop tachem. Ang samkem lasta astalem. Punn henvalleak tachi jannvik asa-xi disona. Tem pilak samballit fuddem sorot asa. Konnui polloit zalear taka pixant kaddle bogor ravcho na. Punn… asa konn taka polovpak thõi?

Xetantlean, molleantlean, banda voilean tem cholta. Modinch madd dislo mhonntokir tem savllent khinnbhor ravn huskare soddta ani pilak ghevn fuddem cholpak lagta. Khõi veta tem tachem takach khobor asona.

Veta veta taka ek xet lagta. Avoi mhojea! Kedem vhoddlem xet hem. Punn ievzupak vell na ani votant ubem ravpachi mannsuki na. Bandha voilem denvun tem atam merê voilean cholpak lagta. Avoi avoi! Taka pollovpak thõi konnui asto tor tachi kakllut korun sanglem bogor na ravto – ‘Henvallea, aslea donparchea koddar kiteak veta tum? Poltoddin pavxi tori mu-go? Jiv vochot tuzo. Fattim sor ani hea bandhar io. Sanz meren rav hea vodda kuxik!...’ Punn henvallem tem aikupak naxil’lem. Tem ullovnnem monaruch ghenvchem naxil’lem tem. Choddxem zalear vetam vetam sangtem – ‘Arê, baba, suseg ghevpak vell konnak asa? Ani veta veta melem mhunn porva konnak asa? Atam moronn iena mhunn….’

Hea xetacheo merôi-bi kosol’leat. Fokot renv lagta angak. Hun’hunit renv! Henvalleak iad zata – ek dis chonnekar Juze-lea ghorant undrachea pilak dhorpak mhunn gel’lem tem! Thõi tannem kuxik ravn polloil’lem Juzen ek vhodd matie budkulo ujear dovril’lo. Tantun renv ghal’li. Ti tapt’kir tannem tantunt chonnem votil’le ani magir… choltam choltam ang xirxirl’lem tachem. He hun’hunit renvent apunnui bi tea chonnea bhaxen –

Hush’sh’! Henvallem huskarlem. To polloi bandh. Bandha degeruch ek zhadd asa bibeachem. Savlli tori mellteli matxi. Henvallean chal soddsoddit keli ani tem bandhar pavlem. Nett korun voir choddlem. Rukha ponda gelem. Arê, pil khuim? Arechea! At’tam axil’lem. Akant ailo tacher. Dhanvlem tem bandhar savn. Polloit zalear sokoluch asa tem pil. Voir choddpak zaina zatlem oxem mhonnun henvallean sokol uddki marli. Ab’ba! Hem ozun oxem oggi kiteak poddlam? Angak thond thenkov’n polloi zalear –

Dukhi monan henvallem voir sorlem. Tea pilak ghevn voir choddpa itli legit xokt tachea angant naxil’li. Tea rukha ponda tem boslem. Ievjita ievjita taka ek ek gozal iad zavpak lagli.

Tea pilacho bapui astana henvalleak khãich unnem naxil’lem. Magta tem to haddun ditalo taka. Kitlo mog axil’lo tacho bhurgeancher! Punn… Devachean tem polleunk nozo zalem. Ek dis to khavpak sodunk mhunn bhair gel’lo. Thõi to tanen tanel’lo mhunn udok sodunk laglo. Eka ghora kuxik manneant ek bhann axil’lem. Tanel’lo jiv! Pottbhor udok pit’lom mhunn tannem tokli bandda bhitor ghali. Itlean eka duxtt monxan tache fattir boddi marli. Fatticho manddko moddlo tacho. Tosoch lip-lipot to ghora ailo. Khub upai kelo – punn…

Henvalleak dixil’lem atam apnnei morchem…. Kitem korchem asa jitem ravn? Punn na! Morta astana ghovan taka sangil’lem, hea bhurgeank bore bhaxen voir kadd. Hoi! Hea don bhurgeam khatir mhaka jitem ravunkuch zai. Punn noxibuch futtkem! Donui –

Gim somplo punn pavsuch na. Bhãio sukleo. Tollim attlim. Vokhdak legit udkacho themb na zalo. Oslea vellar torektora korun henvallean pilank poslim. Khasa apunn upaxim ravlem. Punn tankam pottak marli nat. Punn zhõi dhortorekuch udok mellna thõi ti tori khõichean ditli? Udok udok mhonnit ek pil gelem. Urlim dogam. Pil ani avoi. Sogllo ganv rito zalo. Sorop, divodd, soglle gele. Ul’lem tem henvallem. Babddem az na faleam pavs aile bhogor ravcho na mhunn axen ravil’lem. Punn samkench ranv nozo zalem toxem tem uttlem. Santtlim-pottli soglli udovn, pilak ghevn tem bhair sorlem…. Ani atam tem pilui bi taka soddun gel’lem.

Henvalleachea dollean don dukham gol’ lim.

‘Roddta kiteak go tum, henvallea!’ okosmat avaz ailo, maiest avaz. Henvalleak ugddas ailo – aplea ghovacho. Ani tachea dolleantlean anikui don dukham ghollim.

‘Oxem roddunaka pollov’ia!’

Henvallean ojapan polloilem. Bandhar tor konnuch na. Ek zhadd legit na. Fokot bibea zhadd soddlear. Bibea zhadd tor nhoi mu?

‘Hoi. Hanvuch to bibo uloitam. Tum roddta kiteak?’

Bhoril’lea dolleamnim henvallean tea rukhak polloilem. Tachem dukh ekdom lhov zal’le bhaxen taka dislem. Ek vhodd suskar soddun henvallean soglli gozal taka sangli. Bibo! Vaitt dislem taka aikun. Punn kortolo kitem? Suskaro soddun to oggich ravlo. Henvallean vicharlem: ‘Bibea, tum ektoch hanga asa? Tuka vaz iena?’

‘Kitem kortolom? Poili mhojea sangatak vali axil’leo. Zompam axil’lim. Te deger ek kovathoi axil’lo. Punn… punn az hanv hanga ekttoch asam. Dis meztam. Tea kovatheachi iad zali mhonnttokir vaitt dista mhaka. Azun bondde legit ievunk naxil’le taka. Gelo bhavddo!’

‘Vichartam mhunn ragar zanv naka, bibea. Tum jieta kiteak?’ henvallean vicharlem.

Kãi vell ogi ravn bibean zap dili, ‘Mhoje jinnent atam kãi orth na. Hanv boro zannam, faleam ek dis hanv mortolonch. Hanv jietam, henvallea, mhaka moronn iena mhunn jietam –‘

Bibo moronn iena mhunn jieta! Ani hanvui moronn iena mhunn jietalem? Na! Hanv jietalem mhojea bhurgeam pasot – punn atam mhozo konn asa? Hanv kiteak jievum?

‘Mhaka kolltta. Henvallea, tuje vichar mhaka kollttat. Mhojem aik. Hea sonvsarant zaite jiv asat. Khub zann nirxeleat. Zaite zann apnnalim kortubam, apnnalem kortovio korun meklle zaleat. Punn te mornnacho vichar korinat. Te ogi bosun jietat. Mornnachi vatt polloit. Tuvem morunk favna. Mhojem aik. Hangasan udentek sat att konsar ek tollem asa. Lhan’xench asa. Tum thõi vochun rav. Azun meren thõi konn pavunk na. Ani konnui pavotxem disona. Tum thõi rav. Chol, atam tunvem moronn iena mhunn tori jievunk zai.’

Henvallem uttlem. Bibeak polloun tache dolle bhorun aile.

‘Henvallea, mhojem ek kam’ korxit?’

‘Sang, bibea, tum sangta tem aikotam hanv. Sang, hanv hangach ravum?’

‘Na, henvallea, hanga ravlear tum jievchem na. Tuvem vochumkuch zai. Punn voch’chem fuddem mhojem ek kam kor…’ bibeacho avaz katortalo. ‘Mhoino zalo, mhoje sori konnuch jiv ievunk na. Az tum ailam. Upkar korun mhojea angar ekuch favt meklleponnan bhonv….’

Sor’sor korun henvallem voir choddlem. Tengxer pavlem. Khandar choddlem. Hatacher bhonvlem. Aplem dukh visrun tem khell’lem. Nachlem. Magir sokol denvlem. Bibo khuxalbhorit zalo. Ek favt aplea pilak dollebhor polloun ani bibeacho ontoskoronnpurvek nirop ghevn henvallem udentek thondd korun cholpak laglem.

Tench rokhrokhit vot. Sanjevell zait ailea punn bhuim titlich hun asa. Vell ostontek lokla. Korta korta sanjevell zata. Vot denvta. Na zata. Tambddim kirn’nam dhortorecher pattollttat. Sodam hea vellar voklevori dispi dhortori az hantunnar poddil’lea vaittkara bhaxen dista. Soimek ail’li hi avkalla polloit henvallem fuddem sorta. Tinsanz zata. Rat sorta, fantodd zata. Henvalleak jem ieta. Punn nhid kaddpachi mannsuki na. Nhidlear thõich sust nhid lagli zalear? Poilim tea tollea kodden pav’ia. Aast! Tinnem konnak soddlam?

Porot donpar! Porot rokhrokh! Mat legit suseg ghenastanam henvallem vatt cholta. Donpar sorta. Tillsanz zata ani… Arechea! Tim zhaddam oxim koxim zogleant? Charui vatten sukheo boddio koxim zhaddam ani modinch panchvea pananchim zhaddam koxim? Ojapan henvallem fuddem sorta.

… Hench tem tollem! Tollea degevoilim zhaddam him, mhunn togleant borim! Zanv! Pavlem nimannem kodden. Ab’ba! Ani udok tori kitlem nivoll! Kãi vell ojapbhorit zavn henvallem thõich ubem ravta. Magir ekdom’ zagear ievn fuddem sorta. Udka moreant ieta. Tanel’li jib udkak tenkovpak taka iad ieta ghorkarachi. To udok pietnach mel’lo! Bhurgeanchi – udkak vollvollun tanni sonvsar sodil’lo! Ani bibo udok nasun morta – morn’nachi vatt polloita, moronn iena mhunn jieta!

Kallok zata. Rat mond pavlamnim ieta. Henvallem fuddem sorta. Udkant veta. Kitlea disanim tem az udok polloita. Pottbhor pievn gheta. Nachta, khelltta, penvta. Ani dolle jemetat. Henvallem nhidta.

Gasgass! Gasgass! Fanteaparar ho avaz koslo mhunn tokli voir kaddun polloi zalear monxam dixtti poddtat. Bhievn henvallem tokli bhitor ghalta. Portun tokli voir kadd zalear udkacho ghogo vanvta ani tem udok eka truck-hacher ttank’ient poddta. Henvalleak sot’tt zata. Tannem adim polloil’lem xetant pump lavn udok uspitat tem! Padda poddum he monis zatichem. Khõichean tankam hi khobor kol’li Dev zanna! Atam hem udok te vhortole. Il’lem il’lem korun somptolem hem udok! Ani… ani… magir –

Udok denvta. Ordhem zata. Thoddem urta. Ani – ‘Arê, tem polloiat. Henvallem!’ konn tori add’dota.

‘Boddi hadd re ti!... Tum oso io…’

Henvallem dolle dhampta. Taka ugddas ieta – ghovacho. Ghovachench moronn apnnakui ietlem mhunn khinnbhor borem dista. Bhurgeancho ugddas ieta – borem zalem, poilim gelim tem! Ani to bibo! Azunui to moronnachi vatt pol’loit astolo! Moronn iena mhunn….

‘Ã…’

‘Xabass, dhopkeak uddoilem mure!’

(Poilem xap'la Revista da Casa de Goa, Série II, N.º 7, Nov-Dez 2020)


The Migrant

Short Story by Maria do Céu Barreto, originally written in Portuguese as "O Migrante". Translated by Óscar de Noronha, in Under the Mango Tree: Stories Stories from Goa © Fundação Oriente (Goa).

 

Vinod just couldn’t sleep. He tossed and turned in his bed and lay on his back again, just unable to doze off. He thought it better to keep his eyes open and treasure in his heart the little room he shared with his brothers, all of them younger than him. Through the gaps, the faint light of dawn was already visible inside the hut. He knew it was time to be on his feet yet kept lazing in his straw bed for a few minutes, thinking about his impending adventure.

What would Goa, where he was going to hunt for a job, be like? He was told by his country-cousins there that the land was bathed by the sea and its blue waters mirrored the clouds. There were long, seemingly endless, beaches of white sand. He rejoiced at the thought that it must be a very beautiful location indeed. He had seen the sea in the movies; now he would get to soak in its waters.

But then, he wasn’t going to Goa for its beauty. A job, however modest, is what he was looking for. He was gutsy and painstaking; work never intimidated him. Even as a little boy he had helped out in the fields. His father had tried to make sure his children would have a decent future; he had taken a bank loan and spent it all on those fields. But alas, the soil had been ungrateful; the gods did not help, despite the family puja every morning. The hot sun had burnt up all the plantations that he had seen grow. The rain gods had abandoned them. Only wealthy farmers had managed to live through the drought: they had the money for irrigation and to buy electric pumps to draw groundwater. Debts were mounting with every passing month, and one day when he came home, he found his father's body hanging from the ceiling. Unable to pay off the loan, he had committed suicide, like many other peasants in despair.

Vinod rose from his straw bed resolutely. He sat in the doorway to take in the morning air. He looked around. It was all arid. There was no other way out; he had to set off, to help his mother support the little ones, who were still asleep. The school was two kilometres away and they walked to and fro every day. Poor little chaps! Mother tried to persuade him to stay on. She needed him; it would be hard to bear it all alone. He put across his point of view in the best way he could, asking her to pray to the gods as she always did, without ceasing. And then, no more hesitation; his fate was sealed. But today he had still to fetch water from the well – his last chance to help out. With the little liquid left over from the previous days, he had a wash and, as usual, went to the bushes to answer Nature’s call. Toilets were a rare sight in the rural set-up. All governments had promised to build lavatories; those were only election campaign promises, forgotten as soon as the aspirants rose to power.

It was still very early in the morning, yet he wasn’t among the first ones to turn up at the well. There was already a queue for men and another for women. The menfolk usually drew the water and the women headed home with those pots held on their heads. Vinod was glad to see this line-up of women draped in multihued saris; they talked, giggled and looked askance at the boys. Lakshimi was there too. She had captured his heart and, by the looks she gave, his passion for her seemed to be reciprocated. How good it would feel to be back from Goa with money and to marry her! He had heard of many such success stories. He too would do well; he sensed success from deep within his soul.

Back from the well, he saw his mother preparing breakfast at the firewood stove. She handed him a plate of roti and bhaji. He ate every bit, for he couldn’t say when his next meal would be. By now his siblings had woken up and were gearing up for school. Vinod thought of taking the eldest one with him to Goa one day, and then maybe the whole family! At construction sites there was always employment for everyone.

The train was due to leave at noon, and it would be two hours before he got to the station. He thought it better to start out before he had a change of mind. He had written to some of his village friends in Goa but hadn’t heard from them. He hoped at least one of them would pick him up from the station; it would be a relief if they got him accommodation, even if only for a week. His mother handed him whatever she had saved up for emergencies – a thousand rupees, quite a fortune, he thought. He tucked it away, picked up his suitcase, and humbly kissing his mother’s feet bid her farewell.

“God be with you, my son,” said his mother, embracing him. “Krishna will protect you.”

He couldn’t pluck up his courage to hug his siblings, who had started to cry. He patted them on the head and left for the station. He turned round before the last bend of the road: his mother and brothers were there waving at him. He paused for a moment and waved back. He was all alone now.

Vinod heard the whistle in the distance. The train had arrived, a little late as usual. The passengers stood where they thought their wagons would stop and were ready to pick up their suitcases. Travelling as he did, third class, Vinod had no reserved seat. He had to be in readiness, too, as it would now turn quite messy with people jostling for the best of places. As soon as the train halted, he picked his suitcase and dashed off to grab a good seat, and grab one he did. He placed his luggage on the rack and stretched his legs. He was very tired. Lack of sleep, anxiety, tension... Now he was sure to drift off. A few minutes after the train was in motion and had gathered speed, Vinod leaned on the headrest and shut his eyes.

He could not say how long it had been – maybe all night and a good part of the day – but when he woke up he found the landscape had changed. He tried to strike up a conversation with his fellow passengers.

“Have we reached?” he asked a young man who was going to Goa, or so he thought.

“Not yet. It’s still a little too early. We will get there by evening,” said the young man.

He wished to ask him a few more questions about Goa but noticed that he had dozed off. With a few more hours to go, he thought of walking up and down the corridor but feared for his seat. Patience! He would have to remain seated there throughout. He noticed some passengers preparing to eat their home-packed breakfast and, famished as he was, avoided looking at the foodstuff. Just then, a co-passenger invited him to share his breakfast, an offer he gladly accepted.

What a long journey it was! He closed his eyes again, knowing well he would not get even a wink of sleep amid the bustle of hawkers. The train had halted at a station and the peddlers were crying their wares – food, fruits, artefacts, and other items. They did everything to draw the attention of the passengers and win them over. Vinod smiled. He hoped to have Lakshimi by his side on his next trip. A slim and pretty girl she was, whose long hair, charcoal-black eyes and tanned skin made his heart stop. He had not bid her goodbye, for in the village boys seldom talked to girls without their parents' permission. And badly off as he was, they would ignore him. But everything would change when he returned with his pockets stuffed with cash. Where would he celebrate his marriage? Back at his native place for sure, in keeping with tradition. All expenses would be borne by the bride's parents. He would not ask for a dowry; he knew that her parents did not have the means and he had no intention to get them into debt, like many families did…. But would she wait for him until he came back?

Vinod fell asleep, lulled by these thoughts and unmindful of the noise. On waking up, all he saw was lush green countryside and water, water, water everywhere. There were lakes and rivers, and as the train carried on, he saw waterfalls too. He had never encountered anything like this before; he was sure it was Goa. Half an hour later he felt the train grind to a halt. The whistle blew; they were at Vasco da Gama, the port city of Goa.

A motley crowd welcomed their friends and relatives. Vinod felt his ears numbed by the numerous languages he heard: it was a real Babel. He even heard some words in his language! Was it his friends? He saw none; it was hard to locate people amidst the chatter. He let the other passengers exit first; he was not in a hurry. Then, all of a sudden, someone called out his name.

“Here, here we are!” Turning around he spotted Rama and Vishnu, his childhood friends. A strange joy seized his heart: he was no longer alone. They hugged him; they were thirsting for news from their land, family, friends, but Vinod, not in the mood for all that, promised to field questions a little later. He noticed that they looked very different, well dressed and cheerful as they were. Obviously, life had not treated them badly. He was happy for them.

“You’re staying with us tonight! Mother is waiting for you. Let’s see, if you like, you can even stay longer, until you get a job,” said Rama.

Vinod was thrilled. He did not know what to say.

“How are we going? Shall we take a rickshaw?” he asked.

“No, no, we’ll take our motorbikes.” Vinod was amazed. Their bikes? How did they manage to buy bikes? Questions and questions that would have to wait for answers…

On arriving at Rama’s house, Vinod found the pleasant aroma of food engaging his senses. It was a small house compared with the others around there, but it had electricity, piped water and even a gas stove – luxuries for people from poor, parched areas.

“Miss our land and our friends so much!” Rama exclaimed at the post-dinner chat. “No doubt it’s great out here, you know! Communities live in peace; no one interferes with you. Yet, it’s not the same as your own land. It’s a different culture; language and food are so different. To fit in, we’ve had to learn the local language, so much so that many of us speak better than the locals do!”

“And do the locals treat you well?” inquired Vinod.

“Well, they bear with us. They feel we are robbing them of their jobs and that in future they’ll be outnumbered by the migrant population. Maybe they will; I don’t know. However, they shouldn’t forget that we’ve helped them develop this state. We do all the hard work, so I think we’re a part of this land, although they don’t think so. They are proud of their half-Western culture and dub us ghanti and shower insults, which we pay no heed to… To make sure we do well, we must avoid squabbles.”

“And why can’t they get those jobs?” Vinod retorted.

“They can, except that they don’t want to work hard; they try to find jobs that won’t have them dirty their hands. The educated lot opt for the civil services or private company jobs. They think this fetches them better security and better respect. And those who don’t get such jobs or aren’t happy with what they have, simply migrate. I know families and families that have migrated.”

“Where do they go?”

“Don’t ask! Maybe Dubai, England, Canada… I think there are Goans scattered around the world.”

“Are they happy?”

“Hard to say…. They earn better and enjoy a better quality of life… And who knows, maybe they even suffer humiliations like we do and are treated as second-class citizens.”

“And they sure miss their land,” observed Vinod.

“Of course, they do. They celebrate their respective village religious festivals, cook typical Goan dishes and even have exclusive Goan associations, where they meet regularly. You see, no one can forget their own little land.”

“So they are like us!” exclaimed Vinod.

“Yes; only that we are migrants and they are emigrants.

”Vinod was very tired and, by now, dying to go to bed, but the conversation was so interesting that he decided to linger.

“I don’t understand how you guys have all these things at home, and bikes too.”

“That wasn’t easy. We had to work hard. Of course, we have to also be in the politicians’ good books. At election time they grant whatever we ask for, in exchange for votes. The larger the family, the greater the bargaining power. For instance, you are alone and won’t get much, but if you tag your family along, you’ll get much more.”

“And how did you secure this place?”

“That wasn’t difficult. In fact, one has only to build a hut in some vacant space, live there and in time government legalises everything.”

“Incredible!” said Vinod. “I think coming here was the right thing to do. I’ll bring my family here as soon as I can.”

Just then they overheard some commotion outside. “What’s that?” said Vinod. “Who’s fighting?”

“Not to worry! That’s Vishnu; he drinks every night and creates a racket in the neighbourhood. He spends all his earnings on drinks. He has three children, and, to support the family, his poor wife works at several households. This is a real hazard in Goa. Alcohol and drugs are easily available. There’s a bar every few hundred metres. That’s a great temptation. Make sure you don’t fall into this trap, for then it’s tough to get out of it. We’ve come here to make money and have to focus on that.”

“Rama, thanks for the warmth and advice… I won’t do any such thing. I’ve suffered enough back home; I’ve seen misfortunes caused by the lack of money. The first thing I’ll do now is look for a job.”

“I’ll help you if you like. I know the builder of the nearby constructions. If I recommend your name, he’ll find you a job.”

“Yes, please do.”

Vinod thanked him once more and went off to bed. The morrow would be another day. So far so good! The future was in God’s hands. He smiled and fell asleep with these thoughts. Was he dreaming of Lakshimi?

Glossary

Roti: An Indian unleavened flatbread made from wholewheat flour and water that is combined into a dough. It is rolled out and cooked on a griddle over a flame.

Bhaji: A vegetable preparation

Puja: Prayers

Ghanti: Lit. From across the ghats. Coll. Outsider. A derogatory term directed at people, especially non-Goans who come to Goa, whether they are from across the ghats or not.